"Quem tinha tempo para a poesia? Pois ela comprou um carrinho invisível e começou a catar palavrão" Rita Apoena

24.9.15

Sobre o amor e os ventos



Há quem grite o amor aos quatro ventos, há quem grite a apenas um...
De quantos ventos tu precisas?

Dize-me baixinho
Dize-me entre suspiros
Dize-me apenas
Dize-me...

18.9.15

Amor de boca pra dentro


Enquanto se fala de amor da boca pra fora.
Prefiro o da boca pra dentro.
Da boca pros olhos, dos olhos pra mente, da mente pro peito.
No peito o silêncio.
Silêncio da boca pra fora.


De mim, nunca saberás se te amo.

17.9.15

Sobre os Cactos



As flores murcharam tão rápido, cor-de-rosa no domingo e quarta-feira de cinzas. E eu tava cuidando tão direitinho delas. Dois banhos de sol foram suficientes para acabar com tudo.
Esse negócio de arrancar quem murchou, trocar a terra, pôr no sol, tirar do sol, pôr a água, repor a água, bater um papo, dá trabalho demais. Por isso que eu prefiro cacto!
Mesmo depois de vários dias de castigo no sol, sem água, sem raiz profunda, sem trocar a terra, e sem trocar uma ideia, ele tá lá, no meio das pedrinhas, verde como sempre. Verde como da primeira vez que vi. Verde-cor-de-esmalte! Prefiro o verde sem flores que não acaba do que as cinzas do cor-de-rosa!
Nota mental: Procurar mais cactos, comprar mais cactos, ser mais cacto!