"Quem tinha tempo para a poesia? Pois ela comprou um carrinho invisível e começou a catar palavrão" Rita Apoena

17.8.10

Sobre as palavras

Acordei sem inspiração, há certos momentos assim, que o dia não tem cor, a manhã não tem cheiro, a tarde não tem sons, e a noite é escura. Talvez hoje seja um dia assim, e por ser assim não pode passar em branco, é raro. Hoje a palavra me fugiu à mente, o verbo não foi conjugado, o sujeito ficou oculto. Só me veio à cabeça pontuações, vírgulas, aspas, interrogações e exclamações. E elas também têm sua importância na vida. Elas nos dão tempo, nos pausam, nos destacam, nos conectam, nos silenciam, nos questionam, nos expressam. Mas não podemos viver de pontuações! Quero encontrar minhas palavras, sim, porque elas são minhas, as palavras que busco vêm de mim, são parte de mim, isso as torna mais difíceis de encontrar. Quero palavras que vem de dentro, palavras intimas, palavras amigas, palavras que façam sentido, não podem ser quaisquer palavras, devem ser as palavras certas. Mas enquanto não acho, me "reticenço" (com o perdão da palavra) ...

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