"Quem tinha tempo para a poesia? Pois ela comprou um carrinho invisível e começou a catar palavrão" Rita Apoena

26.2.12

Meu crachá



Eu fico nessa de querer saber o que vai acontecer, sempre. E o pior é nunca saber, sempre. E depois vem a surpresa, sempre!

Quando éramos criança e íamos a algum passeio da escola, nós usávamos crachás para não ficarmos perdidos. Então eu pensei que agora, já adultos, deveria haver esses crachás também para que não ficássemos perdidos.
- Vou sumir da sua vida por dois meses, depois aparecer e atrapalhar tudo;
- Vou ficar no seu pé por cinco meses;
- Sou sua amiga, mas falo mal de você;
- Vou ficar com você e com todas as outras;
- Não vou te ligar quando digo que vou ligar;
Tão simples né? Ninguém iria ficar perdido. Nem chateado.


- Eu não sei como vim parar aqui. Não sei se é isso que eu quero, mas já que eu tô aqui né?
Acho que esse seria meu crachá...

17.2.12

Eu não sei me dar em conta-gotas


Como químico, eu tenho que lidar com valores definidos, ditos estequiométricos, em pequenas proporções e medidos em todo tipo de quinquilharias volumétricas. Pensando bem, parece que todo mundo anda querendo dar uma de químico também. O cara das lentes me disse que o segredo é "não querer". Assim... "não querendo" e se dando em pequenas proporções, você se faz desejar. Ora, que grande problema para mim, eu não sei me dar em conta-gotas, não tenho a manha. A menina loira da loja de incensos sim, ela parece só se administrar por prescrição, faz você ruminar desejo, esperar de boca aberta e olhos cerrados. O cara das lentes diz que esse é o charme. Mas por quê? Acaso não dói? E o que dizer da menina de cabelos cacheados? A única que se entregava completamente e com toda honestidade, já não era mais objeto do meu desejo, foi-se o tempo. Todo o "não" que não sou capaz de dizer, ou essa  indiferença calculada que não sou capaz de demonstrar acabei por devotar a ela, e não foi nenhum pouco prazeroso. Estranho pensar porque seria esse "o segredo". Esse tipo de jogo me soa estranho demais. Ora vocês aí! Deixem essa merda de lado e se deem! Se despejem, escorram e transbordem. Deixem de lado qualquer convicção ecológica e não economizem! Digam: quero ter e quero dar! Vocês, que tem  companhia para o jantar, porque jantar sozinho é uma droga! 
Pronto, é isso...

Por um amigo Terráqueo, Rhafael Cainã Santos

12.2.12

Meu presente de aniversário




Meu aniversário está chegando e eu fiquei pensando no que eu realmente queria. Eu pensei muito sobre isso, e o que eu realmente quero é me livrar do ódio, da ira, da cólera, da raiva... Mas eu sei que eu não vou conseguir me livrar disso, mas pelo menos eu queria que isso não atrapalhasse minha vida e estragasse o dia de algumas pessoas, inclusive o meu. Pode até não parecer que eu tenho ódio, porque eu uso maria-chiquinhas de coração e sapatilha com laços, mas existe muito em mim, acredite, não queira ver. E eu precisei ter uma conversa séria com minha mãe para entender que isso me faz mal. Ok, pode me achar uma burra, todo mundo deveria saber disso, eu não terei ódio de você. Porque eu não quero deixar o ódio tomar conta de mim, não vou deixar ele estragar meu dia, e também eu prometi pra LaylaRachid que eu não ia fazer nada que se relacione ao ódio, por mais que eu queira, muitas vezes, tipo... infinitas vezes. Mas não vou fazer, porque aprendi com meu pai "domine sua mente que você domina seu corpo", o que complementa com o que minha mãe disse. Eu não vou sentir ódio, não vou sentir vontade de matar ninguém, não vou comprar uma arma e nem vou usar meus dotes de arco e flecha contra ninguem... Eu aprendi que devo dar 300 passos, e ficar bem longe da pessoa para não furar os olhos dela... A partir do dia 21 (meu aniversário) o ódio não vai me fazer pirar, não vai estragar meu dia, nem me fazer chorar. E não vou brigar com ninguém, e isso inclui não usar as palavras "vai", "se" e "$%#&" juntas, também não vou revirar os olhos e fechar as mãos a ponto de rasgar minha pele com as unhas... Não vou! Porque eu vou controlar minha mente e estalar os dedos...


Mas isso é só a partir do dia 21, enquanto isso...
Respira roxo e solta lilás...

(Brincadeira LaylaRachid, eu vou me controlar ;P)


8.2.12

As mesmas bobagens



O problema não é você, nem com você. O problema é comigo. É o que fizeram antes de você, e o que eu fiz antes de você. Não é você. E tudo deu nisso. Não me leve a mal, não fique mal, eu não fiquei mal. Foi uma bobagem, e eu choro por bobagens mesmo, por mais que seja bobagem. O problema é que já fizeram tantas bobagens que eu não gosto de bobagens, mas essa bobagem não é grave. Foi só porque houveram tantas bobagens que qualquer bobagem vira bobagem... Não é você, sou eu. Eu que penso bobagens e faço bobagens. Você não apareceu na hora errada, eu que não apareci na hora certa.

E no fim eu entendo as desculpas, e faço igual ;)

4.2.12

Qual o problema?


Ok. Amo o curso que faço, é o que eu sempre quis, e o quero para toda a vida. Minha pesquisa é linda e vou a congressos. Trabalho com crianças, fantasias e mágicas, adoro esse mundo encantado. Faço tecido acrobático, pirofagia e malabares. Moro com meus pais, minha família é fantástica e meu quarto é lindo. Faço de três a quatro viagens por ano. Faço dança, circo e percussão. Tenho uma pilha de filmes que já assisti, e outra de livros que já li. Adoro escrever, e sei as poesias que mais gosto decoradas. Tenho um violão chamado 'Negão' e um clarinete chamado 'Neguinha'. Vou pra onde quero com quem eu quero na hora que quero. Sou quem eu quis ser, e meu pai diz que eu quero agarrar o mundo com as pernas. Eu gosto de quem sou.

Com tanta coisa para perguntarem sobre mim, todo mundo sempre pergunta: E o namorado? --'