"Quem tinha tempo para a poesia? Pois ela comprou um carrinho invisível e começou a catar palavrão" Rita Apoena

12.12.17

Quilômetros de azul sem fim

Eu tentei me livrar de você, várias vezes. De várias formas. Mas parece que você dá um jeito de aparecer.

É assim, a gente quase que nem consegue fechar a porta antes de ir, porque a gente quer fugir e esquece a porta aberta.
Nós éramos uma urgência tão grande.
Ás vezes me pergunto se eu vou encontrar outra urgência dessa na vida de novo, porque eu acho que já gastei toda urgência que alguém poderia ter, com você. E isso é tão cruel, porque eu ainda queria ser urgente com outras pessoas, mas eu não sou. Eu sou indiferente às outras pessoas. Eu as deixo meses na sala de espera. Era diferente com você, fazia tanto sentido. Será que ainda faz? Era tão urgente querer você. Eu nem conseguia respirar.

Será que vai ser assim pra sempre, vou nadar quilometros sem fim e não chegar a lugar algum?

23.10.17

Sobre sua vida

Eu não quero saber da sua vida. Não quero saber o que você está fazendo, pra onde você foi, se trocou de carro, se saiu de férias, sério, não faz a menor falta. Apenas quero saber se quando você saiu da sorveteria com seu sorvete de creme com passas e foi atravessar a rua  você tropeçou na parte mais alta do asfalto, e aí você caiu em cima do sorvete e ao invés de se levantar você olhou pro chão e percebeu que esmagou o sorvete na sua blusinha de polo listrada branca com vermelho e ao invés de se levantar você disse "puta que pariu", só que nessa hora estava passando o caminhão da galinha e por um acaso, ou obra divina, sua cabecinha de corno estava na mesma linha da roda do caminhão, e o motorista estava falando com sua mulher no whats resolvendo qual seria a TV que eles comprariam, se teria ou não 3D, e como ele não viu você na pista acabou passando por cima de sua cabeça enorme e esmagando o pouco de cérebro que você tinha. A culpa não seria do motorista, nem da sua demora em se levantar do asfalto, nem muito menos da pista irregular, a culpa seria da sua péssima escolha por sorvete de passas, quando tinha um chocolate belga maravilhoso. E aí o inevitável aconteceria. Apenas isso me importa saber da sua vida, se o assunto não for esse, não prende minha atenção.
Pena que não passou de um pensamento...

5.10.17

29.9.17

Das ruínas à Glória!

Quando meu relacionamento acabou, eu pensei que ali também era meu fim.
Eu imaginei que aquilo era tudo o que eu tinha na vida.
Eu pensava que ele era o cara mais fantástico do mundo, e que encontrar alguém como ele seria a tarefa mais árdua (pra não dizer impossível) que eu teria que enfrentar.
Eu estava vivendo um inferno.
Nada, absolutamente nada fazia sentido.
Perdera a melhor coisa que havia me acontecido até então.
Fiquei sem chão.

Passei dias, semanas, meses dormindo e acordando chorando, de cara inchada, sem vontade de sair, sem vontade de comer, sem vontade de viver!
Parei a dissertação, parei a academia, parei minha vida por conta de outra pessoa.
Tudo me lembrava ele, tudo tinha o jeito dele, o cheiro dele, a forma dele.
E tudo o que eu amava se tornou sem graça sem ele.

Eu fiquei arrasada, desmoronada, eu passei meses ali, nos escombros respirando poeira.
Pensando que a vida era aquilo ali, me apegando a qualquer lembrança boa que tenha sobrado daquela devastação.
Eu estava mesmo devastada. Sem esperança nenhuma de que a vida voltaria a ser boa.
Eu estava no chão!

Eu não me reconhecia. Aquela não era eu.
Na verdade eu não era eu a alguns anos, sempre me podando, tentando não errar, pisando em ovos, tentando agradar. E nunca agradava, que incrível!
Tudo que eu fazia nunca era o suficiente,
Sempre tinha uma mulher "mais bonita, mais inteligente e mais gostosa" que eu,
Assim, com essas exatas palavras.
Não importava o quanto eu me dobrasse e desdobrasse.
O quanto tentasse acertar, um deslize provocava um terremoto.

Mas aí a vida me deu uma chance, foi um estalo, um empurrãozinho pra que eu respirasse de novo, depois de ter engolido bastante água.
Peraí!! Essa não sou eu, essa não é a pessoa que quero ser. Tá doendo? Tá. Mas não vai doer pra sempre! Um dia passa!
Porra! Era a minha vida que estava ali!
Eu não passei tanto tempo tentando ser o que sou hoje, estudando, experimentando, me arriscando, investindo, pra ficar choramingando no chão!

A vida era minha, os sentimentos eram meus, era meu futuro, minha felicidade, e tudo isso dependia apenas de mim, e por mais que meu coração estivesse em pedaços o mundo não ia parar de girar para que eu colasse cada pedacinho! Minha felicidade não girava em torno de outra pessoa e nem dependia de ninguém a não ser de mim mesma! Não era a primeira vez que alguém partira meu coração, e nem seria a ultima.

Recolhi meus caquinhos, consertei, reconstruí, aprendi com meus erros, me ergui, mais forte que da ultima vez, sem usar ninguém pra isso, sem esconder os sentimentos, sem gerar ódio, sem mágoa, sem rancor.
Me reconciliei com a vida, mas antes disso me reconciliei comigo mesma, antes de perdoar erros alheios, perdoei os meus. Não me sentia condenável, nem presa a nada, muito menos ao passado.
Me apaixonei de novo, por mim mesma, pela vida e por tantas outras pessoas depois.

E eu, que havia pensado que era o fim, era só mais um recomeço,
Mais um inicio de uma nova fase, de uma nova era.
Todo o caos me serviu para mostrar que a vida pode ser linda mesmo depois de perdas,
E que ela pode prosseguir por mais insuportável que sejam essas perdas.
A vida pode ser boa novamente.
E ela é, incrivelmente boa!
E cá estou eu catando novos cacos, e reconstruindo!
Sou feita de retalhos!




14.8.17

Te salvei em JPEG

Eu vi tua foto, a foto nova do teu perfil.
Você estava sorrindo.
Com um copo na mão.
Whisky com gelo.
E tava de gravata.
Eu tava com você nesse dia.
Fui eu que tirei tua foto, debaixo da escada, de frente ao espelho.

Sabe quando você repete a mesma palavra várias vezes até ela perder o sentido?
Eu tava tentando fazer isso com você.

Eu olhava fixamente sua foto.
Passei quase duas horas olhando tua foto.
Ás vezes parecia que eu te conhecia
E logo depois você se tornava um desconhecido.
Eu não conseguia reconhecer aquele sorriso, e aquela barba.
Parecia que eu tinha passado a vida toda com você,
E no momento seguinte você era uma vaga lembrança,
Um borrão que eu não sabia de onde vinha.

Depois você não fez mais sentido pra mim.
Parece que nem foi pra você que disse: Eu te amo.
Parece que nem foi com você que eu ri até fazer xixi.
Parece que nem foi com você que eu senti meu coração pulsar na garganta.
Parece que nem aconteceu...

Que estranho né?
Eu pensei que fosse te amar pra sempre.

Eu ainda estou olhando sua foto, dessa vez buscando algum sentido.
Mas não há sentido algum. Sinto muito.

18.7.17

Sorte no jogo

Naquele jogo você era o rei, o meu rei.
Naquele jogo você era o bispo.
Naquele jogo você era a rainha, você era a torre, o peão e o cavalo.
Naquele jogo você era o tabuleiro.
Naquele jogo você era o relógio.
Naquele jogo você era o preto e o branco.
Naquele jogo toda pontuação era sua.

Volta que meu coração está em Xeque.
Volta que sem você não tem jogo.

5.7.17

3.7.17

No Xadrez e na vida


No xadrez, quando uma jogada é considerada excelente nós anotamos  um (!!) no final dela.
Tem pessoas que são uma série de exclamações...
E o coração fica em Xeque-mate.
++

28.6.17

Me desculpa meu bem

Desculpe meu bem, é que você foi aquela poesia mal rimada que a gente passa um traço e escreve outra coisa por cima.
Aquela palavra mal colocada, que não fez sentido algum no texto.
Aquela frase solta, que não carrega nenhuma ideia definida.

Desculpa mesmo, mas é que você foi uma rasura no meu texto sabe?
Não era pra ter sido, mas já que foi a gente conserta como dá.
A inspiração não foi você, a história não foi sobre você.
Vamos amassar essa folha, e eu vou escrever de novo, tá bem?
Sem você dessa vez.


1.6.17

De vez em quando

Vez ou outra ainda penso em você acredita?
Lembro daquele tereré que tomamos no estacionamento, das nossas teorias doidas de conexões e universo, do medo das câmeras de segurança, da musica na praia, de você dirigindo e segurando minha mão, daquele ritual de despedida sem fim que travávamos no meu portão.
Não sei porque você me vem a cabeça, se tudo foi tão bagunçado. E quando falam de você, só de ouvir seu nome meu coração atropela todos os outros pensamentos, e você fica na minha cabeça por horas.
Isso não é normal. Não pode ser!
Foi muito curto, foi muito pouco, foi muito rápido, algumas semanas até eu raciocinar direito e trocar seu nome na minha agenda por "Cilada Bino".

Eu odeio pensar tanto em você, e vez ou outra eu ainda penso em você, acredita?

8.5.17

Essa mala pesa

Sabe quando você vai viajar e você separa tudo o que vai levar, e quando vê, não cabe na mala.
E aí tem que fazer uma seleção do que é realmente importante e do que é dispensável. Mas aí você não consegue. E pega uma mala duas vezes maior que a anterior para poder carregar tudo.

E quando já está tudo dentro da mala, tudo o que você queria e não conseguiu se desfazer, você percebe que não dá pra carregar a bendita mala, porque está absurdamente pesada.

Tudo piora quando a mala é um coração.

27.4.17

Narrativa



... depois do efeito percorrer meu corpo e bagunçar minha mente, lembro que consigo ver algumas luzes fora de foco, a sensação era de leveza e sinto meu corpo sendo puxado por outro antes que eu desabe. A garrafa ainda estava em minhas mãos, alguém me carrega lentamente, enquanto me pergunta coisas sem sentido. Ouço o som do estilhaço da garrafa que escorregou de minhas mãos. O que me parece bem apropriado, já que nesses últimos dias não tenho conseguido segurar mais nada na vida com firmeza mesmo... Ele soltou um palavrão, que serviu para me acordar daquela sonolência e quando abro os olhos vejo outros me olhando de volta, com aquele olhar de bronca, e percebo que estou segura mais uma vez e sorrio. Ele balança a cabeça e solta um "não tem jeito mesmo" e me sorri de volta. Meus sapatos estão sendo tirados e minha cabeça afunda no travesseiro. Eu estou consciente, sei disso porque mais uma vez sinto o medo de sempre...
- Não desligue a lâmpada, e não me deixe só.
- Não vou sair daqui... nunca. - ele disse.

Só que eu estava lá quando o avião dele partiu, acenando e tentando entender o que aconteceu nas ultimas semanas. Como um "Oi" pode se transformar tão rápido num "Adeus".

25.4.17

Brinda aqui comigo


Aos 20 anos eu pensei que hoje eu estaria casada, e que eu não viveria um dia de ressaca nunca mais.  Mas não foi bem assim, eu pensei que hoje eu seria essa pessoa, uma pessoa super exemplar.

Aos 23 anos eu pensei que hoje eu estaria preocupada com meu vestido de noiva, e que estaria dirigindo meu próprio carro com responsabilidade. Mas dia desses recebi uma multa de excesso de velocidade na rodovia, tava lá minha foto na moto. Ainda não me tornei a pessoa que queria ser naquela época.

Aos 25 anos eu pensei que hoje eu estaria cuidando do meu jardim na minha casa, porque eu estava tão ocupada com tanta coisa que deixei meu cacto morrer, mas hoje eu teria um belo jardim com horta e tudo. Não foi bem assim... Hoje não é nada disso que quero.

Eu adoro acordar com silêncio de ninguém por perto todos os dias, tomar o café quentinho junto com minhas plantas. A ressaca no dia seguinte me prova como a noite anterior foi divertida, e os vídeos não negam isso. O excesso de velocidade foi quando viajei de moto pela primeira vez, meus cactos não morrem mais, mas não tenho horta e nem cachorros, mas penso constantemente em pegar um gatinho, e passo meu tempo com o que me acelera os batimentos cardíacos, isso inclui pessoas.

Talvez hoje eu não queira ser a pessoa que eu quis ser.
Mas eu ainda não terminei, há algumas viagens para fazer e algumas multas a pagar.
Mas o que mais me traz paz é saber que eu nunca mais serei a pessoa que quis ser!
A isso, um brinde!


11.4.17

Segue o fluxo

Não há nada mais emocionante do que saber que você está onde queria.
Tem muita coisa explodindo aqui fora, muita coisa prestes a dar errado.
Mas com o coração em paz a gente nem percebe o carnaval lá fora.
Estiquei os prazos, pedi prorrogações,  mas ao invés de sentar na frente de um computador eu viajei.
As prioridades se tornam outras com o tempo.
Não é aquele carro, nem aquele emprego, nem aquele relacionamento.
Antes o estável era meu objetivo, e hoje eu vejo que não quero nada estável demais, quero o chão balançando sob meus pés feito balsa.
Aquele frio no estômago e até aquela dorzinha da gastrite nervosa tem me agradado.
Quero algo mutável, que eu possa modelar ao meu gosto.
Hoje eu tenho mais certeza do que quero, e do que não quero, sem ninguém me dizendo o que fazer, como fazer, o que querer.
Depois que eu parei de querer agradar e impressionar, me senti mais livre para fazer o que me agrada, e ser quem eu sou, sem limitações impostas.

Tem muita coisa explodindo , muita coisa prestes a dar errado.
Mas com o coração em paz a gente nem percebe a guerra lá fora...


28.3.17

Acontece?




A sequencia é essa:
Primeiro nós vamos nos ver várias vezes ao dia todo dia, e depois vamos nos ver todo dia, e  vamos querer nos ver pra sempre. E vamos começar a nos ver um dia sim e um dia não, e vamos marcar de sair, mas vai dar errado, e vamos começar a nos ver quando der.
E você vai lá em casa de vez em quando, e vamos nos ver uma vez na semana, e depois uma vez a cada vinte dias. Depois vamos parar de dar bom dia, e depois parar de conversar. Aí vamos nos encontrar sem querer na casa dos nossos amigos naquela social, depois vamos nos encontrar na rua qualquer dia e eu vou perguntar como está na faculdade, e você vai me perguntar se eu consertei o violão. Aí depois de anos vamos passar um pelo outro na rua e fingir que não nos vimos, até o dia que nem vamos mais lembrar do que aconteceu entre nós.
É assim que acontece.

Será que é assim que vai acontecer com a gente?

27.3.17

Que bagunça



Não adianta quantas vezes eu diga que não, que não quero, que não posso, que não dá, que não insista, que não rola, que não é assim, entra por um ouvido e sai pelo outro.
Meu cérebro não assimila a informação que sai da minha boca.
E cada vez que grito pra você sumir, é para que eu ouça minha voz te mandando embora, e me convença de que é isso mesmo que eu quero.
Como te fazer acreditar em algo que nem eu acredito?

24.3.17

Amor de verão

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Passou né, nosso amor de verão.
Começou naquela praia deserta só nós dois, deitados na canga sob a desculpa de que queríamos pegar sol, mas na verdade era pra ficar mais perto.
E aquela musica clichê que eu coloquei pra tocar. Entre nossas gargalhadas SOJA cantava True Love, e nós parecíamos estar num filme de paia com a trilha sonora perfeita.
Você foi como aquele rit chiclete de verão, que gruda na cabeça, que a gente lembra toda hora quando não tá fazendo nada, ou quando tá fazendo alguma coisa, principalmente por causa daquele perfume que insistia em não sair da minha roupa.
Você foi como aquela estação de rádio, que a gente ouve todo dia, que passa as mesmas músicas, e a gente não enjoa, toda hora era hora, e todo dia era dia.
Você foi como o verão, intenso, quente, e suado, quanto menos roupa melhor, é assim né?
Mas passou, foi mais uma estação, e você não combina com o outono, você não tem nada de escuro e chuvoso. Você é puro sol.

Meu sol de verão passageiro, quem sabe se o céu abrir a gente não pegue um bronze por aí.

Três beijos!

22.3.17

Fala baixo




Estou ficando despida de tantos segredos que você desabotoa do meu vestido, e agora o que nos resta senão essas roupas pelo chão, e a verdade nua entre nós?


9.3.17

Esquece o tempo



Entre cafés e poesias, nunca sobra tempo para outras coisas.
Os ponteiros giram mais depressa que essa colher que uso para misturar o açúcar.
Sentido horário.
É tão sentido, que cada tic tac na parede é um tic tac no peito.
Desacelerando, parando, até acabar a pilha.
Até quando perder tempo com o que não é tempo?

6.3.17

Uma historia de entrelinhas



Naquela época eu tinha que ir no circo todos os dias interagir com Lady, a elefante fêmea que foi doada para o Zoológico, então eu ia lá todos os dias com os bolsos cheios de banana, maça e pão (sim, ela adorava pão). Lady é uma Elefante imensa, na época pesava 5 toneladas, e ela me deixava  passar a mão na língua dela. Lady podia acabar comigo, com o tratador e com o ex-dono dela numa pancada só. Lady poderia esmagar nossa cabeça e esmagar nosso corpo rapidinho. Uma vez eu vi Lady brava, e foi assustador. Mas Lady não fazia nenhum mal a ninguém, Lady sequer fugia, e ela poderia fugir, com todo aquele corpo e força, ela fugiria em poucos segundos, mas Lady nunca fugiu, sabe por quê? Porque tinha uma fita de 5 cm de largura que ficava ao redor do local onde ela "morava", e Lady foi condicionada a achar que ela não poderia ultrapassar aquela fita. Então Lady em todas as suas toneladas ficou presa por uma fita de 5 centímetros.
Bom, se Lady soubesse da força que tem, ela conseguiria enxergar mais do que trailers e lona de circo, se ela soubesse da força que tem, ela teria enfrentado o ex-dono dela, e ninguém mandaria nela ou a impediria de nada. Se ao menos ela descobrisse o poder que tem, ela comeria mais do que capim...

A historia da Lady é verdadeira, e a historia nas entrelinhas também.

Muitas vezes é só ultrapassar uma fita de 5 cm para a liberdade.

1.3.17

Meu coração uma supernova




Eu pensei que fosse morrer, que ficaria em pedaços, que meu coração explodiria como uma supernova.

E eu quis morrer sim, muitas vezes pensei qual seria a melhor forma de morrer. E eu fiquei mesmo em pedaços depois que meu coração explodiu, e daí tive que juntar todos os caquinhos que ficaram espalhados.

Mas sei lá né, passa.
É estranho quando passa, é estranho quando as pessoas falam e você não sente nada mais do que um leve conformismo. Será que tem que ser assim mesmo? Será que tá certo isso? Sei lá...

Eu não penso mais em morrer , penso em várias formas diferentes de viver, e meu coração tá aqui inteiro (eu acho).

Interessante é que uma supernova só explode depois que passou por todos os eventos de evolução de uma estrela, e depois ela brilha, brilha tão intensamente que seu pico de luz pode ser mais brilhante que uma galáxia inteira.

O que seria de nós sem as explosões da vida?

22.2.17

São 26



No meu aniversário eu tava com vontade de ficar em casa vendo Netflix.
No meu aniversário eu queria uma festona, com bolo, musica e pessoas.
No meu aniversário eu não queria ver ninguém!
No meu aniversário o bar tava fechado.

Mas aí...
No meu aniversário eu chamei pouca gente, pouquinha mesmo.
E elas foram.
Tinha as de sempre, com seus sorrisos e queridezas cheias de extravagâncias.
Tinha aquela que chegou doce cheia de sal e mar.
Tinha uma que chegou bem pertinho e compartilhou das minhas alegrias e tristezas.
Teve aquele de longas datas que aquece a alma quando tá perto.
Tinha um que já chegou ocupando espaços vazios e preenchendo tanto que todo dia é pouco.
Teve aquela que não foi por causa da aula, mas que sempre está no coração, na mente e na alma.
Teve bolo
Teve velinha
Teve tequila
Teve beijo
Teve amor
Sempre tem amor, amor nunca falta.

Tenho 26!

Looping




Eu acho que minha vida é uma montanha russa.
Porque cada semana eu digo "Olha só as voltas que a vida dá..."

20.2.17

Sobre dívidas




Sabe quando a gente paga a língua?
A gente diz "nunca mais isso!"
"Eu não faço isso de jeito maneira"
"Olha só, o que fulano fez, tá doido"

Aí né, um belo dia, você paga a língua, a boca, o peito e o coração.
E acha bom!

10.2.17

Sem tempo, sem drama




Uma das diferenças de quando eu tinha 17 anos e agora, é que quando alguém partiu meu coração, eu fiz aquele drama. Minha vida acabou, nunca mais vou encontrar alguém como ele, buá-buá. Chorava horrores o dia inteiro.

Bom, e agora, quando partiram meu coração, eu tive que acordar cedo no outro dia para ir trabalhar. Disfarcei os olhos inchados, o sofrimento, a magreza. Fui amável, sorridente, ótima. Não me pareceu aceitável ser dramática por causa do meu coração partido, tem coisa tão pior na vida.
E principalmente porque eu sei que existe alguém que vai partir meu coração de novo, e em pedaços ainda menores, muito mais difíceis de colar.

Viver dramaticamente só pra quem tem tempo.




2.2.17

Sobre coisa boa




Eu pensava que o chão fosse afundar sob meus pés, pensei que estivesse flutuando, sabe aquela sensação quando o elevador está descendo e parece que seu corpo sobe? Eu não quis abrir os olhos, porque eu tenho essa mania de chorar quando não devo, e as lágrimas estavam ali, prontas pra fugir de um sorriso. E aí meu coração se encheu de paz, e de amor, e de muito amor. E tudo ao meu redor parecia girar, era como se eu estivesse bêbada, sei lá... Meu corpo parecia tão leve, e eu não quis abrir os olhos, porque a sensação era de sonho, mas aí eu abri, na verdade eles foram abertos... E era como se flores caíssem sobre mim, uma chuva de flores, era como se estivesse amanhecendo, e aqueles pássaros em algazarra, e borboletas voavam por toda parte, e as flores desabrochavam ali, naquele asfalto preto, e a grama nos pés era macia. Tudo tão perfeito que chocolate nem engordava mais... Que maravilha! Já pensou, chocolate não engordar?

Só queria confessar que às vezes eu vou na ultima página do livro e leio a ultima frase...

13.1.17

Que esse dia acabe!




Passar o dia inteiro pensando em alguém é normal?
Olho no relógio como se fosse possível parar no tempo para não perder tanto tempo pensando nele. Como se fosse possível abrir uma lacuna, pensar nele, e então fechar a lacuna, e meu dia continuar de onde parou. Não consigo parar de pensar nele, tudo me lembra ele, o que vou comer, o frio do ar condicionado, a sirene do SAMU, o copo de metal com o fundinho amassado, aquele café com canela sem açucar.
Eu só queria que esse dia acabasse. E assim eu pararia de pensar nele hoje. Mas o dia não acabou, e esse poema de Manuel Bandeira me faz pensar nele, a caneta de marca texto é dele. Como parar de pensar se as musicas que ouço me lembram ele, o filme emprestado na minha cabeceira, o laço pendurado no armador de rede, o óculos esquecido na minha bolsa, meu cabelo, minhas unhas, meu perfume, o perfume dele.
Se tudo me lembra ele, só preciso que esse dia acabe para acabar junto todo esse pensamento inútil.
Passar o dia inteiro pensando em alguém é normal?
Faltam alguns minutos para acabar o dia, e eu passei o dia inteiro pensando nele.

3.1.17

Ano novo!




"Para onde eu vou, vai-me o coração também, que ainda não arranjei modo de o largar pelo chão." - Valter Hugo Mãe

E como disse minha amiga Renata: "Vamos com cuidado, que a gente tá carregando um coração, mas sem medo."

Com cuidado e sem medo, que dá certo!

Feliz 2017, cheio de sorrisos dados e recebidos.