E o tecelão pois-se a tecelar. Sobrepunha cores, trançava linhas, suas mãos hábeis não paravam um instante sob o tear. Seus movimentos precisos inventavam formas, criavam paisagens, mostravam a beleza da arte de tecelar. E pouco a pouco a figura de sua mente foi tomando forma. Ela tinha cabelos longos de cores misturadas, sua pele era alva, seus pés descalços afundavam na areia, seu vestidinho branco dançava com o vento, mas o que chamava atenção era sua forma de olhar. Era seu olhar sereno a mirar o céu. Na verdade era mais que um olhar, era um descanso, um repouso depois de uma busca intensa e cansada.
Satisfeito o tecelão pois sua obra a mostra, a espera de quem a levasse...
Pobre tecelão, ele ainda não sabe, mas ninguém irá levá-la. Há muita entrelinha naquelas linhas!