"Quem tinha tempo para a poesia? Pois ela comprou um carrinho invisível e começou a catar palavrão" Rita Apoena

26.4.16

Sobre estar presa




Mais uma vez eu acordei, e mais uma vez ainda estou presa nesse mesmo corpo. Mesma história, mesmo passado, mesmas memorias, mesmas fotos, mesmos sentimentos. Por mais que eu queira esquecer tanta coisa, tudo isso me persegue todos os dias, sou estuprada toda manhã pelos meus fantasmas e pelo medo de continuar, pelo medo de parar, pelo medo de ir e de ficar. Respiro... vejo aquela imagem no espelho, cabelo, nariz, boca, 8 kg a menos, os ossos da clavícula saltam, parece que alguém sugou toda energia e beleza de uma vez só, marcas na alma, olheiras e pouco riso já são o suficiente para deixar transparecer mais uma noite em claro que passei, me torturando pensando o que não devia, esperado pelo dia em que vou acordar e me sentir confortável dentro desse corpo, conseguir gostar de mim de novo, me perdoar, me amar. Porque se nem eu consigo fazer isso, quem conseguirá?

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