"Quem tinha tempo para a poesia? Pois ela comprou um carrinho invisível e começou a catar palavrão" Rita Apoena

20.8.18

Você, meu bem

Você não caiu do céu, nem apareceu batendo na minha porta. Você foi o inesperado e sem pretensão que me apareceu, numa pastelaria de frente ao karaokê. Você conseguiu ser a exceção de muitas das minhas regras, e eu quebrei minhas próprias leis por você. Você é aquele neologismo quando eu quero procurar um adjetivo que melhor se encaixe, quando nenhum adjetivo é suficiente para definir você. Você não foi minha segunda opção, você é a minha escolha. Você passou a ser apenas meu, quando eu vi que já era só sua. E entre minhas rimas fora de contexto, tentei te fazer de poesia, mas poesia é subjetiva demais, abstrata demais, já você é real demais, concreto demais, verdadeiro demais para caber em meus versos. Você é aquele  predicativo do sujeito e o sujeito sou eu, você é meu verbo conjugado no futuro mais-que-perfeito, porque existe uma forma simples de conjugar o amor, e você me mostrou na prática, sem condições, imposições ou subtrações. Você me desfez, me virou do avesso, e eu abandonei algumas certezas na vida. Você me fez acreditar de novo e confiar de novo, você deu trégua ao meu coração cansado. E mesmo que não exista chão sob nossos pés, é segurando tua mão que quero percorrer esse caminho incerto e inseguro que somos nós.

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