"Quem tinha tempo para a poesia? Pois ela comprou um carrinho invisível e começou a catar palavrão" Rita Apoena

6.9.18

sobre partidas

Hoje eu saí no meio do trabalho
Andei até a praça mais próxima.
Meu coração ainda desesperado.
Sentei na banca de revista.
Dois cigarros e um cafézinho com aspirina
Dois lencinhos de papel para algumas lágrimas que insistem.
Peguei um ônibus e fui pra casa, deixei a moto no estacionamento do trabalho.
Quando entro, as flores são as primeiras coisas que vejo.
Tem um vinho do dia anterior aberto na geladeira.
Abro a rolha com muita força
Respinga vinho por todo lado.
Três taças, abro outro.
Ainda tem chocolate no armário.
E a mensagem no meu telefone ainda sem responder.
Emojis de coração.
Um Poema de Neruda.
Mais dois cigarros.
Coração ainda celerado.
Minhas mãos suando.
Um embrulho no estômago, suspendo o vinho.
Mais um cigarro.
Ainda não consegui digerir e aceitar os fatos.


E todos os dias tem sido assim desde que você me disse que partiria






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