"Quem tinha tempo para a poesia? Pois ela comprou um carrinho invisível e começou a catar palavrão" Rita Apoena

30.11.11

O que não estava escrito


Ele não veio do céu, nem do inferno. Não caiu de paraquedas, não saiu de uma cartola. Ele apareceu de repente, como num passe de mágica. Ele  não veio por interesse, não planejou nem previu nada. Não teve medo de  falar, de tropeçar no escuro, de se equilibrar numa corda bamba. Nem se importou com o que aconteceria. Ele não esperou nada dela, não fez perguntas e não exigiu respostas. Ele só  queria estar  ao lado dela. Contar histórias e fazê-la rir. Ele só queria olhar pra ela, assim como ela era. E ela deixou, porque pela primeira vez alguém não quis mudá-la, enfeitá-la com laços e fitas. Eles nunca apertaram o botão de pause, mas ela nunca esperou que ele voltasse no outro dia, e ele voltava. Ela não esperava que ele ficasse, mas ele ficava. Ela não esperava que ele fosse, e ele não foi...

Nenhum comentário:

Postar um comentário