"Quem tinha tempo para a poesia? Pois ela comprou um carrinho invisível e começou a catar palavrão" Rita Apoena

2.12.15

Nossas limitações



Eu só queria ter sido o teu lar, o lugar seguro para ir em meio ao caos, ter sido o repouso dos teus olhos quando cansados do movimento lá fora, queria ter sido a tua paz, o nome pronunciado quando se busca trégua, queria ter sido teu motivo para seguir adiante, o motivo para não olhar para trás, tua ancora aqui. E eu quis tanto de você, que você tirasse esse vazio, que preenchesse o buraco no meu peito, que me fosse o alento das noites regadas de desespero, os joelhos no chão na hora da prece, quis mais de você do que de mim, mas  nesse tanto querer fui aceitando o que era me dado sem reclamar, como um pecador que recebe benção imerecida, embora quisesse por vezes, mais do que você pudesse me dar, e eu entendo que tenha sido por limitação sua, não por maldade.

Eu quis ter sido tanto, ter tido tanto e acabei por preferir a serenidade de um terraço vazio, e hoje só torço para que o que tem de você em mim não morra, porque eu gosto daquelas flores...


Nenhum comentário:

Postar um comentário