"Quem tinha tempo para a poesia? Pois ela comprou um carrinho invisível e começou a catar palavrão" Rita Apoena

22.1.16

O dia que eu estava com medo




Aí, eu perdi o ônibus e estava sozinha às 22:00 hrs numa Universidade que fica numa rodovia onde tudo o que se vê é soja de um lado e milho do outro, a 14 Km da cidade, o próximo ônibus sairia às 22:15, e a Universidade estava deserta, não tinha pessoas e não havia carros no estacionamento! Tudo escuro. Eu estava com medo, primeiro que se acontecesse alguma coisa nem adiantava eu gritar, ninguém ia ouvir, e depois nem correr eu poderia porque só tem soja e milho nos arredores. Medo me definia naquele momento. Eu andava olhando pra trás todo o tempo, apreensiva, e com um estilete na cintura. Aí recebi uma mensagem no whats "me liga". E eu liguei.
Foi ouvir aquela voz que minha insegurança se desfez, sim eu estava com medo, minha voz estava trêmula, ma a voz do outro lado da linha me deixou confortável e confiante para andar por mais três quadras  para chegar no ponto de ônibus.
Eu sei que se acontecesse algo, ele não poderia fazer nada por mim, já que estava a mais de 3 mil km de distância, mas de uma forma mágica, era como se eu estivesse em segurança, como se eu estivesse naquela rede azul sob os olhos dele, eu sabia que nada de mal poderia me acontecer quando ele estava por perto.
É assim, tem pessoas que não precisam estar perto para se fazerem presentes, de longe dá para sentir o conforto da companhia,  e esta segurança ultrapassa os limites dos corpos, chega até nós como um sentimento bom, de um coração para outro coração, de uma alma pra outra alma.

E naquele dia eu cheguei em casa em paz, mas pensando bem, desde que eu pus aquele telefone no ouvido eu já estava em casa...

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